De relance,
um estrondo,
gritos, dor.
Ver o céu e não saber
aonde pertencia aquele céu.
Querer chorar,
querer gritar,
e não poder, e não querer.
Há sempre algo superior a nós,
algo que nos compele
ou a agir e fazermo-nos ouvir,
ou a parar e ficarmos no silêncio.
Eu preferi o silêncio,
Eu queria o silêncio.
Queria levantar-me daquele chão imundo e sorrir,
queria ficar ali, a calar algo que não deve ser calado.
Um pensamento passou a correr,
deixando um rasto de dor.
Tu não estavas ali, para me ajudar.
Tu não sabias que eu estava ali.
Queria dizer-to,queria gritar por ti,
queria gritar o teu nome bem alto
àquele céu que não sabia aonde pertencia.
Mas não podia, mas não queria.
Agora quero.
Agora posso.
Agora levanto-me em toda a minha altura e sorrio.
Sorrio a este Fado que nos separa.
Sorrio ao que é superior a mim e digo:
"Falhaste. Não vais conseguir derrubar-me."
Sorrio-te a ti e digo:
"Obrigada por me ajudares a levantar."
quinta-feira, 29 de julho de 2010
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