quinta-feira, 19 de julho de 2012
Espera
"Que estás a fazer?"
"Estou à espera."
"À espera de quê?"
"Do amanhecer."
O amanhecer. Um amanhecer que chegou rápido demais,enquanto repousava no teu peito.
Momentos fugazes que passávamos juntos, deitados de mão dada,à espera de mais um amanhecer que te iria arrancar de junto de mim. A eternidade que levaria até ter-te assim novamente. Uma eternidade que me matava por dentro, a ânsia por uma palavra, um gesto, um olhar que me dissesse que seria este o fim desse tempo que passava sem ti. O fim dos olhares tímidos, das frases codificadas. Queria poder desvendar este sentimento, de não ter de esperar mais pelo amanhecer, de não ter de aguentar mais a distância e o fingimento.
Queria ver chegar o dia em que, quando te perguntasse pelo que esperavas, me dissesses: "Por ti. Por nós."
Mas não chegou. Agora espero anoitecer, e que as sombras levem e lavem as recordações daquelas noites de esperanças que nos desesperavam.
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